"A Comissão Técnica não queria que eu me classificasse", diz Diego Hypolito sobre Rio 2016

  • Por Jovem Pan
  • 23/09/2016 13h59
Johnny Drum/Jovem Pan <p>Diego Hypólito entrou para o seleto grupo de medalhistas olímpicos no Rio 2016</p>

Foram oito anos, duas quedas e uma depressão. Mas a redenção veio na Rio 2016: agora, ele ostenta no peito a medalha de prata. Diego Hypolito, em participação no Pânico desta sexta-feira (23), falou sobre as dificuldades de ter passado por uma forte depressão, além de esclarecer a confusão que teve com Faustão.

Quem pensa que sua última medalha de prata foi fácil, se engana. Após quedas em Jogos anteriores, os técnicos que definem quem segue em frente para defender seu país não viam a participação do atleta com bons olhos. “A comissão técnica não queria que eu estivesse nas Olimpíadas”, desabafou Hypolito.

“Foi muito difícil essa classificação. As pessoas não me deixavam competir, falando que não tinha chance de medalha. Eram 20 pessoas dizendo que eu não podia e eu achando que conseguia”, disse.

Após a saída da equipe de seu último técnico, Diego decidiu que teria o mesmo treinador de Arthur Zanetti, Marquinhos. A briga interna entre treinadores, comitê olímpico e comissão foi grande. Alguns para que o ginasta tivesse mais uma chance, outros desmerecendo seu trabalho de tantos anos.

No meio dessa confusão, sua participação no quadro “Ding Dong”, do Faustão, ficou prejudicada. “Eu me desorganizei, não avisei o Marquinhos que ia gravar. Na hora me falaram: ‘não entra, senão você não vai para a Olimpíada’. Minha vaga olímpica valia mais que qualquer coisa”, confessou.

Depressão e página virada

A responsabilidade de defender uma nação inteira gera um baque psicológico. Ainda mais para Diego, que admitiu que carregava nas costas o fantasma de não ter conquistado a tão sonhada medalha olímpica.

“É uma questão de satisfação. É ser campeão. Eu tinha uma frustração por isso”, revelou.

Medicado e forte o suficiente para entender e seguir em frente, o ginasta achou que “estar naquela situação foi um egoísmo da minha parte. Eu tenho tudo. Eu caí em duas Olimpíadas e tive a oportunidade de tentar mais uma vez. Eu tinha a certeza: ‘ia tentar de todas as formas'”.

Com seis hérnias e diversas lesões no corpo, o atleta vai trabalhar duro por mais quatro anos e rumar para Tóquio, em 2020. “Na ginástica, existem os favoritos. Depois da minha medalha, eu acredito numa próxima chance”, contou.

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